Tour de France: quanto um atleta come por dia?

O arroz ainda é o queridinho da maior parte das equipes

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Você pode ficar surpreso ao descobrir o que um ciclista participando do Tour de France come num dia normal da prova. Se comparar o que eles comem geralmente com o que se costuma comer num dia de pedal intenso vai ver que a maior parte dos ciclistas come exatamente como você – talvez um pouquinho mais saudável e numa quantidade maior.

“Se um ciclista saudável é capaz de absorver de 320 a 380 calorias por hora, e queima mais de 5 mil calorias numa etapa do Tour, mais 1.500 durante o resto do dia, os números estão contra ele”, explica o chef Sean Fowler, da equipe Cannondale.

“Então, além de serem atletas extraordinários, eles devem ser campeões de garfo. Eles ficam cansados de mastigar o tempo todo, em cima ou fora da bike. Provavelmente a parte mais desafiadora do meu trabalho é fazer eles não pararem de comer e ficarem felizes com a comida, sem deixar de ser variado e nutritivo.”

O espaguete voltou com tudo

Nicki Strobel, chefe do time BikeExchange, está radiante de ver a volta do glúten para o pelotão. “Faz alguns anos, todo mundo estava evitando glúten”, ele lembra. Agora ele voltou a preparar dois tipos de pão para o café da manhã e para sanduíches durante a corrida que, algumas equipes adoram, e ele tem feito também porções enormes de espaguete a bolonhesa para o jantar antes de etapas longas.

…mas o arroz continua em alta

“Depois da etapa, os ciclistas tomam um shake de recuperação, e no ônibus, eles comem cerca de 300 gramas de arroz e 1,5 litro de suco de abacaxi diluído”, conta Nigel Mitchell, chefe de nutrição da Cannondale.

Café da manhã é um processo

O café da manhã é dividido em duas etapas na equipe Cannondale. “A primeira é a caixinha de café da manhã,” explica Fowler. “Os ciclistas podem vir cedo e se abastecer de granola, aveia, cereais e vitamina de frutas. Aí, três horas antes da etapa, eles comem uma refeição pré-prova, de arroz com baixo teor de fibras e omelete. O objetivo é dar o máximo de suprimento de glicogênio para os músculos antes deles começarem.”

Durante a prova, é do gosto de cada um

As equipes perceberam o valor da nutrição individualizada durante a corrida, e enquanto alguns ciclistas preferem bebidas esportivas, outros se dão melhor com gel de reposição ou barras para mastigar. “Até um sanduíche de presunto no meio da corrida não é surpreendente”, conta Strobel. Mais uma vez, é uma mudança que ele tem percebido, no lugar da tendência de arroz-arroz-arroz-o-tempo-todo, apesar dele lembrar que muitas equipes ainda investirem em barrinhas de arroz.

Estágios de montanha, outro cardápio

“Sempre tento comer alguma coisa a cada meia hora. Mas é sempre mais difícil comer durante as etapas de montanha”, conta Dylan Van Baarle da Cannondale. “E quanto a beber, é melhor tomar duas caramanholas por hora, mas também é mais difícil nas etapas de montanha, principalmente quando está frio.”

Por isso, os ciclistas recebem uma dose extra de 40g de carboidratos na bebida de proteína de recuperação nos estágios mais exaustivos de montanha, de acordo com Mitchell.

No Tour, apenas coma

Fowler tem um trabalho bem difícil. Conforme vai chegando a “grande saturação do Tour” nos ciclistas, fica cada vez mais difícil fazer eles comerem o suficiente para atender às necessidades energéticas da corrida. Aí o menu do jantar começa a ficar mais intenso. “O jantar é essencial. Precisa ter bastante vegetais ricos em nutrientes, e quanto mais crus, melhor. Precisa também de carboidratos de fácil digestão e proteína”, conta. Um menu potencial de jantar: salada de cenouras à julienne com nozes e queijo de cabra; salada de beterraba com maçã ralada; picles temperados com molho de mostarda e mel, brócolis e couve-flor ao forno, risoto de alho assado, coelho ensopado e frutas vermelhas com kefir de leite de amêndoas.

 

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