25 de novembro de 2024

Precisamos falar sobre a próstata

O que é, para que serve e quais são os problemas mais comuns que acometem essa glândula masculina

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Por muito tempo, diversas campanhas focadas na saúde masculina recomendaram exames de rastreamento do câncer de próstata. Afinal, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, depois do câncer de pele, e o diagnóstico precoce aumenta a eficácia do tratamento.

Porém, estudos demonstraram que o rastreamento da doença na ausência de sintomas também tem seus problemas. Por isso, a investigação precisa ser uma decisão tomada em conjunto entre médico e paciente. Isso não significa que não seja importante falar sobre esse assunto.

Pelo contrário: o câncer de próstata atinge cerca de 65 mil homens no Brasil todos os anos e é responsável pela morte de mais de 15 mil deles. É o segundo câncer que mais mata homens.

O que é a próstata

A próstata é uma glândula localizada acima do reto, abaixo da bexiga e que envolve a uretra (o canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis). A principal função da próstata é produzir o fluido prostático, que compõe o sêmen e protege os espermatozoides.

O tamanho da próstata do homem adulto é de aproximadamente 4 cm de largura e 3 cm de altura, e pode ser comparado ao tamanho de uma noz.

Essa glândula aumenta conforme a idade: aos 12 anos, pesa cerca de 4 g, aos 25 anos, cerca de 20 g e aos 70 anos, chega a pesar entre 50 e 70 g. Mas esse crescimento natural pode ser acompanhado de desconfortos.

As principais doenças e como diagnosticar

Os principais problemas relacionados à próstata são: hiperplasia benigna da próstata, prostatite e câncer de próstata.

Os sintomas podem ser parecidos:

  • dificuldade de urinar;
  • demora em começar e terminar de urinar;
  • sangue na urina;
  • diminuição do jato de urina;
  • necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

Percebeu algum desses sintomas ultimamente? É sempre importante ir ao médico urologista para averiguar:

  • Hiperplasia benigna da próstata: aumento benigno da próstata, que acaba comprimindo a uretra e dificultando a passagem da urina. É a principal razão da maior quantidade de idas ao banheiro depois dos 50 anos. Mas, atenção: apesar de ser uma doença benigna, a urina estagnada pode provocar infecções e cálculos renais;
  • Prostatite: inflamação da próstata, normalmente causada por bactérias e pode ser tratada com medicamentos;
  • Câncer de próstata: desenvolvimento de células malignas na glândula da próstata. Na maioria dos casos, não apresenta sintomas nos primeiros anos, mas a evolução para a metástase pode acontecer.

Os principais fatores de risco para o câncer de próstata são:

  1. Idade: o risco aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos;
  2. Histórico de câncer na família: homens cujo o pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos fazem parte do grupo de risco;
  3. Sobrepeso e obesidade: estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal mais elevado.

O diagnóstico do câncer de próstata é feito inicialmente pelos exames de toque retal (o médico avalia o tamanho, forma e a textura da próstata) e de sangue, o Teste PSA (teste da quantidade de Antígeno Prostático Específico, que, quando elevado, pode indicar câncer ou doenças benignas).

Ao ser percebida qualquer alteração suspeita nesses exames, o médico solicita uma biópsia, que é a retirada de pedaços bem pequenos da próstata para serem analisados em laboratório.

O homem sem sintomas precisa fazer exame de próstata?

O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS), não indica que homens sem sintomas façam exames de rastreamento. No entanto, isso não é consenso entre os médicos.

Recomenda-se que essa seja uma decisão tomada por médico e paciente ao avaliar riscos e benefícios dos exames.

Possíveis benefícios:

  • Os exames são simples de realizar;
  • Os exames ajudam no diagnóstico do câncer de próstata, que pode não apresentar sintomas iniciais;
  • Quanto mais precoce o diagnóstico, mais simples é o tratamento e melhor será a evolução da doença.

Possíveis riscos:

  • O resultado do exame de PSA pode estar elevado mesmo quando não há câncer, e pode estar normal em alguns casos de câncer;
  • Níveis elevados de PSA indicam a necessidade de biópsia de próstata para confirmar se há câncer e, na maioria das vezes, isso não se confirma. A biópsia pode ter complicações, como sangramento e infecção, além de causar dor, ansiedade e estresse no homem e em sua família;
  • O diagnóstico e o tratamento de um câncer que não ameaça a vida podem causar ansiedade e resultar em incontinência urinária e impotência sexual;
  • A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos atualizou, em 2018, sua diretriz para realização do teste PSA para câncer de próstata e recomenda que, para homens com idades entre 55 e 69 anos, o rastreamento seja uma escolha individual, e eles devem discutir os prós e os contras com seu médico antes de tomar uma decisão.

No entanto, as novas diretrizes ainda não endossam o rastreamento para homens com 70 anos ou mais. Um dos motivos é que o câncer de próstata em homens mais velhos provavelmente tem crescimento lento. Além disso, esse grupo tem menos probabilidade de morrer por causa do câncer de próstata e um risco maior de efeitos colaterais com o tratamento em comparação com os homens mais jovens.

Com ou sem exame de rotina, é recomendado que os homens visitem um médico com regularidade para avaliar a saúde como um todo. Além disso, a escolha pelo rastreamento do câncer de próstata deve ser individual, com suporte médico, e os homens devem pesar qualquer benefício possível contra os danos potenciais do rastreamento ao tomar essa decisão.

Outros cuidados importantes para a saúde do homem

A saúde do homem vai muito além da próstata. Falar de saúde masculina é mais que falar sobre um exame específico. Você sabia que os homens vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres?

Segundo o Ministério da Saúde, os principais motivos de mortalidade da população masculina são: causas externas (violência e acidentes); doenças do aparelho circulatório; tumores (os de pulmão e de próstata são os que mais matam); doenças do aparelho digestivo e doenças infecciosas e parasitárias.

Boa parte dessas mortes tem causas culturais: a pouca abertura para conversar sobre saúde e sentimentos e a tendência masculina de só ir ao médico em casos de emergência.

Vamos mudar esse quadro? Pequenas mudanças de hábito podem ajudar: dar atenção aos sintomas, falar mais sobre a saúde física e mental e visitar o médico anualmente precisa estar na rotina dos homens também. Além disso, alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos regulares, redução do consumo de álcool e do tabagismo são atitudes que protegem a saúde como um todo.

Que hábito você acha que pode mudar hoje?


Esta matéria foi extraída do portal da Unimed Cuiabá
Para ler essa e outras informações acesse aqui.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fonte: Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer, Harvard, UNICAMP
Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil

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