Derartu Tulu e Elana Meyer: a volta olímpica histórica

Elas mostraram ao mundo que estava passando da hora de encerrar um longo período de discriminação e preconceito

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As Olimpíadas de 1992 em Barcelona proporcionaram muitas emoções e momentos históricos. A final da prova dos 10.000 metros feminina foi épica. A etíope Derartu Tulu garantiu a primeira medalha de ouro para uma mulher africana negra. Logo atrás dela, chegou a sul africana Elana Meyer, cujo país estava voltando aos jogos depois de 28 anos afastado por conta do regime de apartheid.

A prova foi liderada em grande parte pela britânica Liz McColgan. Depois foi a vez de Meyer passar para a frente e puxar a etíope. A final olímpica estava destinada a ser decidida entre uma africana branca e uma negra.

Tulu não desperdiçou a oportunidade de fazer história nos Jogos. Ela aumentou o pace e deixou a adversária para trás. Meyer chegou cinco segundos depois e garantiu a prata. Mas o melhor ficou para depois da linha de chegada. As duas deram as mãos e correram juntas durante a volta olímpica. Quase dois anos depois do fim do regime segregador, as atletas por meio desse gesto mostraram a reaproximação dos povos. Com uma disputa linda, afirmaram ao mundo que no final das contas somos todos iguais.

Tulu, que era uma atleta muito jovem, ainda voltou a vencer nas Olimpíadas. Um ouro em Sydney, em 2000, e um bronze em Atenas, em 2004. Já Meyer estava no auge em Barcelona e não voltou mais a representar seu país nos Jogos.

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