Vai iniciar uma atividade física? Saiba os exames médicos recomendados por idade

Dos 5 aos 60: veja como garantir uma rotina de exercícios saudável antes mesmo de começar

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A decisão de praticar uma atividade física regularmente é o primeiro passo para quem está em busca de uma vida mais saudável – e, é claro, da boa forma -, mas, para isso, é necessário tomar algumas precauções. Antes de começar a correr, pegar pesado na malhação ou colocar seu filho na escolinha de futebol, é recomendável consultar especialistas para realizar exames médicos e físicos, que variam de acordo com a atividade praticada e com a idade da pessoa.

“Cada paciente tem suas características e necessidades próprias, o que exige uma avaliação médica e nutricional individualizada. Toda pessoa, praticante de atividade física ou não, deve cuidar de sua saúde e alimentação, sempre com orientação de profissionais da área”, afirma a nutricionista Glaucia Figueiredo. Já o cardiologista Ricardo Mourilhe destaca a importância do exame físico em todas as idades, pois através dele é possível identificar doenças comuns, como hipertensão arterial, doenças valvares cardíacas e doenças pulmonares, como a asma. “Se a pessoa vai praticar uma atividade competitiva, além do exame físico, deve também realizar um eletrocardiograma e exames laboratoriais de rotina para identificar anemia, diabetes, doenças tireoidianas etc.”, complementa.

Veja abaixo os principais exames recomendados para cada fase da vida e entre em forma com segurança:

Entre 5 e 10 anos

Não é à toa que muitas crianças são estimuladas pelos pais a praticarem algum tipo de exercício desde cedo. A prática de atividade física na infância apresenta benefícios físicos como o combate à obesidade, a melhora da capacidade cardiorrespiratória e o fortalecimento de ossos e músculos, e também psicológicos, já que desenvolve a autoestima e a socialização. Segundo o ortopedista Pil Sun Choi, a modalidade escolhida deve ser compatível com a idade da criança. “O tipo de atividade física vai depender da faixa etária, porém, como regra geral, recomenda-se a natação, o atletismo e esportes não competitivos enquanto existe imaturidade esquelética, isto é, até os 15 anos”, explica.

O especialista recomenda, no entanto, que, antes de serem encaminhadas para a prática de atividades físicas regulares, as crianças sejam avaliadas por médicos para a detecção de possíveis doenças. Nesta faixa etária, indica-se o exame cardiológico realizado por um cardiopediatra (exame clínico, ausculta cardíaca e Eletrocardiograma). No caso de crianças com antecedentes familiares e cardiopatia estrutural, deve-se fazer exames complementares, como o Ecocardiograma, que avalia o padrão de atividade elétrica do coração.

Entre 15 e 20 anos

“Os adultos jovens tendem a ‘ser engolidos’ pela rotina do trabalho e pouco se preocuparem com alimentação e atividade física. O metabolismo, com o avançar da idade, tende a reduzir seu gasto energético, com consequente ganho de peso, e por isso a atividade física é importante pois, estimula o corpo a gastar mais energia e manter o balanço energético”, explica Glaucia Figueiredo.

Assim como nas crianças, é recomendada a realização de exame clínico detalhado complementado com Eletrocardiograma. De acordo com a cardiologista Esthefania Delgado,  se o exame físico e/ou o Eletrocardiograma de repouso apresentarem alterações, é importante fazer também Teste Ergométrico, ou teste de esforço, Holter 24horas – monitor portátil que registra a atividade elétrica do coração e suas variações durante 24 horas – e Ecocardiograma.

Entre 30 e 40 anos

“Praticar atividades físicas, com avaliação médica, é essencial para manter a saúde do coração e eliminar o risco de hipertensão arterial e ainda o estresse”, garante o
cardiologista Antonio Carlos Till. Mas é importante analisar o histórico, tanto do indivíduo quanto da família, incluindo seus hábitos diários, o que pode exigir, além do exame físico, testes complementares para o diagnóstico.

Nos pacientes sem antecedentes familiares, como morte súbita ou infarto agudo do miocárdio precoces, e sem antecedentes pessoais, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes, obesidade e tabagismo, se realiza apenas o Eletrocardiograma de repouso. Nos demais casos, é necessário Teste Ergométrico e Ecocardiograma. “Outros exames importantes que podem ser solicitados são: perfil lipídico (colesterol e triglicerídeo), glicemia, hemoglobina glicada, ácido úrico e hemograma completo”, alerta Esthefania Delgado.

A partir de 50 anos

Nesta faixa etária, a atividade física visa, principalmente, manutenção ou perda de peso, controle da pressão arterial sistêmica e redução de fatores associados à doenças cardiovasculares, sendo indicado, além do Eletrocardiograma de repouso, o Teste Ergométrico e o Ecocardiograma. Dependendo dos antecedentes pessoais, histórico familiar, exame físico e sintomas cardiovasculares, é preciso fazer outros exames cardiológicos, como Eco de estresse, Cintilografia miocárdica – avalia o fluxo sanguíneo pelas artérias coronárias e sua distribuição no músculo cardíaco – e Cateterismo, um exame invasivo que pode confirmar a obstrução das artérias coronárias.

A avaliação cardiológica, segundo Antonio Carlos Till, também deve ser acompanhada de uma avaliação da capacidade aeróbica permitindo a programação de exercícios e a identificação de arritmias.

Acima de 60 anos

A partir do 60 anos a atividade física tem um papel fundamental na manutenção da massa muscular magra, ou seja, no fortalecimento da musculatura, prevenindo quedas com fraturas que são comuns nessa idade. É essencial um exame cardiológico mais rigoroso, exame físico completo e exames complementares, como Eletrocardiograma, Teste Ergométrico, Ecocardiograma e Doppler de Carótidas, método que utiliza ultrassom para avaliar o fluxo de sangue nas artérias carótidas e vertebrais.

Em pacientes com fatores de risco importantes como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia – distúrbio caracterizado pela alta concentração de lipídios no sangue – e tabagismo, inclui-se a Angiotomografia de coronárias, com a medida de Escore de Cálcio, cujo objetivo é detectar placas calcificadas nas artérias coronárias, ou Cateterismo.

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