25 de novembro de 2024

“Excesso gastronômico” leva servidor público a mudar de vida

Marcelo Oliveira já emagreceu 25 kg ao adotar o ciclismo como esporte

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Reveja a entrevista originalmente publicada em agosto/2020.

Nas provas de MTB do ULTRAMACHO dos últimos anos a figura determinada do Marcelaum é uma constante. Hoje entrevistamos este cuiabano que está prestes a completar 40 anos e é casado.

Ele pedalou muito na infância. Mas no final da adolescência esse elo foi perdido. Confira na matéria como o atleta mudou de vida emagrecendo 25 kg e tendo a bicicleta como protagonista.

Qual sua lembrança mais remota a respeito do pedal?

Minha recordação mais antiga relacionada ao pedal foi do dia que ganhei minha primeira bicicleta, uma Caloi Cross, na década de 80. Desci a rampa da garagem da casa da minha avó e acertei uma árvore… Primeiro pedal, primeiro tombo!
Nos anos 90, tive uma Caloi 10, com guidão de MTB, que – por incrível que pareça – eu usava para andar na terra e no barro.

Como foi seu começo no esporte?

Em janeiro de 2018, após passar as primeiras horas do ano novo no hospital por causa de um “excesso gastronômico”, percebi que tinha que mudar meu estilo de vida e cuidar na minha saúde: era sedentário, estava obeso, com a pressão arterial descontrolada, cheio de problemas gástricos e constantemente estressado.
Meu início não foi muito tranquilo: eu “fervia” no plano, empurrava em qualquer subida, “sobrava” em todos os pedais. Estava com 150kg, quebrei o quadro da minha bike com 8 meses de uso… foi um período complicado.
Porém eu não desanimei. Tive muita força de vontade e muito incentivo para continuar. Família, amigos, gente que eu nem conhecia… até hoje recebo muito apoio moral, convites para pedalar, dicas de como evoluir no esporte e de como melhorar meu condicionamento físico.

Registro do começo no ULTRAMACHO

A bicicleta impactou de que forma a sua vida?

A bicicleta me devolveu a qualidade de vida que eu havia perdido.
Comecei a pedalar passando dos 150kg, com esteatose moderada, gastrite, estressado, combinando quatro medicamentos para controlar minha pressão arterial, usando ansiolíticos, dores constantes nos pés e nas costas e sem me preocupar com a minha saúde.
Hoje faço meus check-ups regularmente, perdi mais de 25kg, sou acompanhado por cardiologista, nutricionista, fisioterapeuta, preparador físico, minha pressão arterial segue controladíssima e meu consumo de medicamentos foi reduzido ao mínimo.
Além dos benefícios físicos, a bike me proporciona saúde mental, muitas amizades, diversão, desafios, realizações e muita superação.

O que você prefere um trajeto técnico como uma trilha ou um estradão com muita velocidade?

Não dispenso um trajeto técnico, apesar de ser um ciclista grande e ter uma bike tamanho XXL, fatores que atrapalham na trilha. Mas o estradão é o êxtase! Chão batido ou com cascalho solto, barro, areão, costela de vaca, poeira… Elementos de alegria e descontração.

Registro do último evento que participou

Qual sua distância favorita?

Entre 30 e 40 quilômetros. Ainda preciso perder mais peso e fortalecer meu corpo para encarar provas de distâncias maiores. A única exceção fica para o UTM Malai Manso Resort: nas duas últimas edições participei dos trajetos longos.

Que bikes está usando hoje? Descreva-as e tbm fale de qual é a bike do seu sonho
Tenho duas bikes: uma Specialized Rockhopper 12v, que é a minha bike de passeio, treino e prova. A outra é uma bike road que montei com peças usadas, que utilizo para o deslocamento ao trabalho e para girar no rolo de treino.
Minha meta é adquirir uma Trek Stache 7.

Pedala usando muitos acessórios?

Acredito que utilizo o básico: luzes, recipiente de hidratação, capacete, luvas, óculos, sensor de cadência e um relógio com medidor cardíaco e GPS.

Usa fone ou prefere ir se nada?

Já utilizei em longões. A música anima a pessoa em qualquer situação. Mas, por questões de segurança, abandonei o costume. É necessário manter o foco na condução da bike e nos fatores externos que podem causar um acidente.

Tem cuidados específicos com a alimentação? O que come antes de uma prova?

Faço acompanhamento com nutricionista. O cuidado com a alimentação é extremamente importante, principalmente para quem, como eu, necessita de energia controlada para conseguir praticar o esporte e perder gordura. Na véspera das provas ou pedais mais exigentes uma macarronada é sagrada. No dia, duas horas antes do início da atividade, um sanduíche e uma fruta. Durante a prova sempre levo um carboidrato por garantia.

Qual situação mais inusitada que já viveu pedalando?

Em fevereiro de 2018 participei de um pedal saindo do Pantanal Shopping com destino ao trevo de acesso à fábrica de cimentos da Votorantim, na MT-402. Coisa “leve” para iniciantes… 70km. Ninguém sabia o que era Camelbak e o pessoal estava levando apenas uma garrafinha cada, confiando que teria onde comprar água no caminho. Eu fiquei preocupado e levei um galão de seis litros de água na mochila, por quase 35km. Resultado: não havia nenhum lugar para comprar água e os meus seis litros de água salvaram a turma toda.

Como conheceu o ULTRAMACHO e quando começou a participar?

Meu primeiro contato com o ULTRAMACHO foi no Pedal Legal 2018, oferecido pela Caixa de Assistência dos Advogados – CAA/MT. Foi minha primeira participação em um evento esportivo e minha primeira medalha de participação em qualquer coisa.
No mesmo ano participei do meu primeiro evento do ULTRA, no Malai Manso Resort. Desde então participei de todas as provas de Ultrabike.

Dentro do ciclismo você já chegou onde esperava ou tem alguma meta?

Eu quero melhorar ainda mais minha qualidade de vida e, claro, melhorar meu rendimento nas provas. Já se foram 25 kg. Estou pesando 124 kg e pretendo chegar aos 105 kg já que tenho 1,96 m de altura.

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