21 de novembro de 2024

Câncer de pele: entenda a doença e aprenda a prevenir

Confira as dicas para aplicar o protetor solar corretamente e fazer disso um hábito

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Sol a pino não é exclusividade do verão, mas é a partir de dezembro que as pessoas começam a se expor com maior frequência ao sol. Daí a importância da campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para alertar a sociedade sobre os perigos do câncer de pele.

A pele é o maior órgão do corpo humano e também o principal foco da doença. O câncer de pele corresponde a mais de 30% dos casos de câncer no Brasil.

Pessoas de pele clara, com sardas, cabelos naturalmente claros ou ruivos e olhos claros são o principal grupo de risco. Outros fatores são histórico de câncer de pele na família, excesso de pintas, dificuldade para se bronzear e forte tendência a queimaduras quando expostos ao sol. Pessoas de pele negra não estão imunes, mas nesse caso é mais comum os sinais aparecerem em áreas mais claras como palmas das mãos e plantas dos pés.

A doença acontece pelo crescimento anormal das células da pele, desencadeado, principalmente, pela exposição excessiva ao sol. Confira aqui:

A ação do sol na pele

O sol produz radiação ultravioleta (UV) de tipo A e B, entre outras. Os raios UVB são os principais causadores dos efeitos superficiais na pele como queimadura e vermelhidão. Mas é a exposição acumulada ao longo de toda a vida aos raios UVA e UVB que danifica o DNA, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer de pele.

A incidência dos raios UV variam de acordo com a localização geográfica e com o horário do dia, mas em geral, para o Brasil, recomenda-se evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h. Nessa faixa de horário a insolação é mais direta e agressiva.

Estudos mostram que a exposição solar excessiva na infância aumenta de forma significativa o risco de câncer de pele na idade adulta. Isso ocorre porque de 25% a 50% de toda radiação solar que recebemos durante toda a vida ocorre nos primeiros 18 anos de idade

Por esse motivo, as sociedades Brasileiras de Dermatologia e a de Pediatria (SBD e SBP) recomendam o uso de filtro solar desde a infância.

O excesso de exposição solar pode provocar o envelhecimento precoce e a presença de manchas na pele. Mas o problema vai além da estética.

Melanoma e não melanoma: entenda a diferença

O câncer de pele corresponde a mais de 30% dos casos de câncer no Brasil.

A doença pode ser dividida em dois grupos: melanoma e não melanoma.

Os cânceres de pele do tipo não melanoma são os mais comuns. Com baixa letalidade, apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Dentre esses, os mais frequentes são os carcinomas de subtipo basocelular e espinocelular.

Os carcinomas também são mais frequentes nas partes do corpo mais expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.

Carcinoma basocelular (CBC): em alguns casos, podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. A forma mais comum é um nódulo-ulcerativo (uma lesão vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.
Carcinoma espinocelular (CEC): nesses casos, a pele apresenta sinais como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar a verrugas.
O câncer de pele do tipo melanoma é mais raro (cerca de 3% dos casos) e também mais grave.

Melanoma: em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a pinta ou o sinal, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. As lesões são mais comuns no pescoço e rosto em ambos os sexos, nas pernas, em mulheres, e no tronco, em homens, mas também podem surgir em outras áreas. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença.

Sintomas de câncer de pele

Por ser um câncer tão comum, se torna ainda mais importante observar seu próprio corpo com frequência e fazer disso um hábito.

Notou algum sinal ou lesão diferente na pele? É bom agendar logo uma consulta com o dermatologista para averiguar. Esteja especialmente atento aos seguintes sintomas:

  • lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Os dermatologistas sugerem a regra do ABCDE para identificar sinais suspeitos:

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

Mas lembre-se: nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica! O diagnóstico e a indicação de tratamento só podem ser feitos por profissionais.

Prevenção: como aplicar o protetor solar corretamente

Apesar de também ter fatores genéticos envolvidos, o principal vilão do câncer de pele é a exposição ao sol. Por isso, não tem jeito: é preciso aplicar (e reaplicar) o protetor solar diariamente, com Fator de Proteção Solar (FPS) de no mínimo 30.

Mas, como fazer desse cuidado um hábito? Reunimos aqui algumas dicas para inserir o protetor solar de vez na sua rotina:

  1. Que tal ter o seu protetor solar perto da escova de dentes? Assim, você começa a relacionar uma coisa a outra. Vai escovar os dentes? Já lava o rosto e aplica o protetor;
  2. Para quem usa hidratantes, séruns e maquiagens, a dica é dar um minutinho entre um e outro para a pele absorver cada produto;
  3. Atenção à ordem dos fatores: 1. hidratante/primer, 2. protetor solar e depois 3. a maquiagem. Aliás, os protetores solares com pigmento são uma ótima alternativa à base. Mas atenção: pós compactos com FPS ajudam no retoque, mas não dispensam a camada anterior de protetor, pois não têm a mesma cobertura;
  4. Se for usar repelente, aplique o protetor solar e deixe fixar ne pele por cerca de 15 minutos. Em seguida passe o repelente;
  5. Para a quantidade, vale a regra da colher de chá: uma colher para rosto, cabeça e pescoço; uma colher para cada braço/antebraço; duas colheres para cada perna; uma colher para a parte da frente do torso (peito e abdômen) e uma para as costas;
  6. A reaplicação padrão deve ser feita de 3 em 3 horas, mas esse intervalo diminui (de 2 em 2 horas) em casos de transpiração excessiva, exposição solar prolongada e após sair da água;
  7. A escolha do produto: o ideal é que a recomendação seja feita pelo dermatologista, considerando cada tipo de pele, mas a dica geral é: pessoas com pele oleosa ou com tendência à acne devem optar por produtos sem óleo ou em gel. Já para aqueles que fazem muita atividade física e suam bastante, o melhor é evitar os géis, pois saem facilmente;
  8. O protetor em spray pode ter aplicação mais rápida, mas precisa ser espalhado com as mãos para ter melhor absorção. Por ser mais fluido, ele também tende a sair com maior facilidade. Outro problema é ambiental, já que embalagens em aerossol são mais desafiadoras para a reciclagem;
  9. É recomendável usar o protetor solar mesmo em casa ou no escritório pois, ainda que em menor quantidade, a luz artificial das lâmpadas e telas também emitem radiação que possuem efeito cumulativo na pele. E, quando for sair, aplicar pelo menos 15 minutos antes;
  10. Além do protetor, é importante utilizar chapéu, roupas com FPS, óculos escuros em momentos de exposição solar;
  11. O uso do protetor solar é um hábito a ser cultivado desde a infância. Afinal, o efeito do sol na pele é cumulativo. Crianças a partir de seis meses de idade já podem usar protetores específicos. Mas, sempre vale consultar o pediatra do pequeno para entender qual o melhor tipo para ele.

E a vitamina D?

A vitamina D é um hormônio essencial para a saúde óssea e é produzida pelo próprio organismo. A literatura médica aponta que 5 a 10 minutos diários de exposição ao sol – antes das 10h ou depois das 16h – são suficientes para estimular a produção.

Ainda assim, a Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomenda a exposição intencional ao sol por nenhum motivo. Em estudo citado em seu documento, a organização aponta que a exposição ao ambiente externo (mesmo sem sol) por 10 minutos já seriam suficientes para a produção da vitamina D.

Bronzeamento artificial é proibido

Por fim, um lembrete importante: o uso das câmaras de bronzeamento artificial para fins estéticos é proibido no Brasil desde 2009. Esse tipo de equipamento é fonte de radiação UVA, que aumenta o risco de câncer da pele, incluindo o melanoma.


Esta matéria foi extraída do portal da Unimed Cuiabá
Para ler essa e outras informações acesse aqui.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fonte: Inca, Ministério da Saúde, SBD, SPB, Blog Cuidados pela Vida
Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil

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