Somos uma modalidade que ainda está em mutação, transformação, desenvolvimento, crescimento e que ainda precisa de muitas vozes para que cheguemos a um “Norte”, um direcionamento para caminharmos com os pés no chão de forma segura.
Qual amante do trail run (corrida de montanha) nunca sonhou em logo termos uma modalidade esportiva respeitada por todos, vista e ouvida por muitos, reconhecida por órgãos públicos ou confederações? Vocês devem concordar que ainda somos pequenos demais para tudo isso de uma só vez, afinal, o que seria da nossa vitória de consolidação de uma modalidade com todas as prerrogativas sendo conquistadas de uma só vez?
Vamos semear o trail run e plantá-lo por onde passamos, pois nem todos sabem o verdadeiro caminho para chegarmos aos nossos objetivos. Não amedrontem os novatos com as longas subidas que encontrarem pelo caminho, não os alertem com medo ou com a valentia de que somente os fortes é que descem rápido. Sim, as trilhas e estradas sempre serão irregulares, as pedras no caminho são um dos propósitos para passarmos por lá, mas claro que também são capazes de serem transpostas por pessoas capazes de ousar um pouco mais.
Nosso mundo trail run é assim, capaz de ser da forma que a Mãe Natureza nos presenteia, de ditar o ritmo de uma prova e até mesmo de nos levar para lugares que nem mesmo a geografia escolar ou o Google foram capazes de nos apresentar. Quem nunca foi correr em um lugar desconhecido, em uma trilha tão longe e tão difícil, mas mesmo assim foi capaz de voltar?
Que mundo é esse, que nos leva a ir sem ao menos pensar em voltar, que mundo de corrida é esse que nos faz contar em tempo e não em quilômetros percorridos, que modalidade é essa, em que o mais valioso é subir e descer o máximo possível para que seja possível contar em números o tanto que sofremos, ou melhor, corremos em ganho positivo?
Assim fazemos nossa matemática, tudo em números, com os sentimentos sempre ditando as ordens dos fatores mais relevantes. Este mundo: trail run.
