Enfim, 2021 está acabando e, como diria a cantora Simone, “o que você fez”? Foi um ano de muita superação para a maioria de nós, mas para alguns foi um período de descobrir novos amores no esporte, ou melhor, pelo esporte. Esse é o caso de três atletas com quem conversamos, a Angela, o Rafael e a Camila. Cada um começou a traçar os planos para 2022 e já está pensando nos próximos passos no esporte, ou seria nas próximas passadas e quilômetros?
A primeira a contar sua história pra nós é a Camila Lourenço da Luz Nunes Campos, 31 anos. Ela explicou que sentiu muita insegurança em 2021 por causa da covid-19 e acabou deixando pra depois a atividade física. Mas, no meio do ano passou a ter muita crise de ansiedade e, assim, foi em busca de uma válvula de escape. “Além de tentar me controlar as crises de ansiedade, queria emagrecer, mas não queria tomar remédio e sim emagrecer de forma saudável. Daí encontrei a corrida”, contou.
A história de amor da Camila com a corrida começou há quatro meses, quando a vizinha Chayene, que corrida dentro do condomínio onde ela mora, a chamou para treinar e apresentou outros corredores. Camila passou a integrar um grupo de amigos que se reúnem para correr, o “Só mais 1 km”. “Eles me receberam com muito carinho e isso foi fundamental pra me motivar ainda mais”, ressaltou.
Ela estreou nos 5k da Corrida do Servidor Público e achou que depois da corrida nunca mais iria correr de tanto que foi desafiador completar o percurso, tanto fisicamente, mas principalmente, mentalmente. Mas, como quem corre sabe, a linha de chegada é mágica e a descarga de adrenalina é arrebatadora, o que faz com que a gente sinta que é capaz de realizar qualquer coisa. Foi assim que a Camila se sentiu naquele dia. E, assim, ela entendeu que era forte, confiante e que poderia ir muito mais além do que imaginava.
Com sete quilos a menos, com mais autoestima, menos estresse e ansiedade, Camila já tem os planos traçados para 2022: melhorar o desenvolvimento físico para melhorar o desempenho nas corridas. Ah, e ela também já tem provas em vista: 15 km no Desafio do Bristoh e 10km na Corrida do Bope. E quem sabe uma ULTRAMACHO. “Todas são desafiadoras, por isso estou treinando bastante, buscando sempre o meu melhor, físico e mental”.
O ano de 2021 também foi uma virada de chave para a atleta Angela Letícia Nascimento Souza Andrade, de 28 anos. Mesmo em um ano pandêmico, ela conseguiu estabelecer pequenas metas pessoais ao longo dos meses e segue firme pra não desistir. Inicialmente, a motivação da Angela veio da vontade de seguir uma carreira policial, na qual o condicionamento físico é essencial, mas agora ela entende que o amor pelo esporte vai muito mais além de passar em um teste físico num concurso.
Angela também começou a correr este ano e sua primeira prova foi o revezamento da Corredoras MT. O maior desafio, para ela, foi superar as dores de iniciante, a exemplo da canelite. As expectativas para o ano que vem são as melhores possíveis: não falhar consigo, manter a constância nos treinos e evoluir sempre. “Está sendo um grande desafio, mas estou firme. Meu lema é superar, evoluir e vencer!”, ressaltou.
“Tenho algumas provas em mente, mas confesso que meu objetivo não se resume apenas nas provas. A corrida entrou na minha vida me trazendo grandes benefícios, tanto no físico como na mente. Mas, as próximas são a do Bope e a UTM Poúro, nas Águas Quentes. O objetivo é não desistir, completar o percurso e não me lesionar”, completou.
Mas, e quando a gente se apaixona por outro esporte, também? Bom, quem explica pra gente como isso acontece é o Rafael Detoni, 44 anos, que encontrou na bike um caminho sem volta. Mesmo em um ano de pandemia, Detoni teve um ano intenso na corrida, se comparado com 2020. Entre as provas oficiais teve o Desafio do Rio de Janeiro (10km/21km) e a Meia Maratona de Bonito (MS), além de treinos longos com seus 21km, e provas virtuais.
Um convite dos colegas de corrida, que também praticam ciclismo, para subir de Cuiabá para Chapada dos Guimarães (cerca de 60 km) de bike fez aumentar a vontade de praticar o pedal. “Realizar o trecho Cuiabá – Chapada dos Guimarães era algo que eu havia tentado fazer quando tinha 16 anos (hoje estou com 44) e não consegui passar da Salgadeira. Outro fato que me incentivou a pedalar foi ter optado por ir e voltar do trabalho de bicicleta, algo que eu já vinha realizando a pé desde março de 2019, quando me desfiz de um dos carros que possuía. O que incomoda é o fato de não haver uma mínima infraestrutura para a prática do ciclismo neste trajeto casa/trabalho e acabo fazendo o uso da calçada compartilhada com os pedestres”, explicou Rafael.
Em outubro de 2021, Detoni comprou uma bicicleta do tipo MTB e começou a praticar o ciclismo, junto com a corrida, fazendo uma média de 100 a 120 km na semana, divididos entre dois a três treinos. O desafio é lidar com o custo agregado à prática do ciclismo, com os equipamentos agregados, como roupa apropriada, capacete, sapatilha, óculos entre outros. Neste caso, para 2022, o próximo passo é trocar a bike atual por uma de melhor qualidade. Fazer treinos de longas distâncias, acima de 100 km, também está entre os planos para o ano que vem, concomitante aos treinos de corrida.
Os colegas têm instigado Detoni a participar de provas em 2022, mas ele ainda quer ganhar mais prática e qualidade técnica na bike antes de se arriscar, principalmente nas trilhas. Quando questionado sobre como está se sentindo após ter iniciado na bike, sem pensar duas vezes responde que está muito feliz, já que cada treino é uma terapia para a mente, um caminho sem volta. E, ao ser perguntado qual é o amor maior, bike ou run, o atleta responde sem pestanejar: “Ambos, sem dúvida nenhuma!!!!”.
E, citando Simone novamente, “O ano termina, e nasce outra vez!”. Que novos amores nasçam pelo esporte em 2022.
Texto: Dani Danchurra
É muito gratificante ver as histórias de superação e luta de cada um. E o mais gratificante é você conhecer os depoentes. Parabéns Daniele pela escrita muito envolvente. Parabéns ao Ultramacho pelas provas de excelência.
Nossa arrepiei de ler esses relatos de vidas! Como foi incrível ver a superação de cada atleta! Cada palavra escrita vem de encontro ao meu coração e me motiva a continuar! Obrigada ULTRAMACHO que amo e enquanto eu viver vou viver ao lado de vocês, que presente lindo vocês nos deram com essa matéria! Relatos emocionante! Arrepiei
Aí q lindo Dani vc retratou com muito amor tudo que estou sentindo.
Obrigada por esse incentivo ao novos atletas que está no começo.
Parabens!!!!