POR WEBRUN
O Strava, rede social para atletas que viu seu número de usuários aqui no Brasil sair de 1,8 para mais de cinco milhões em um ano, traz dados e insights sobre os corredores que participaram da Maratona do Rio, no ano passado, utilizando o aplicativo durante a prova. Comparado com 2017, a plataforma teve um aumento de 76% no número de atletas que usaram o Strava para percorrer os 42k da prova carioca. Dos 2.540 corredores, 97% são brasileiros, 73% são homens e 22% mulheres – 5% não declarou o gênero.
Em 2018, o km 5 foi o mais rápido tanto para homens quanto mulheres. Neste segmento, o pace médio entre os homens é 6min03 e o das mulheres 6min42. A subida da Avenida Niemeyer, no bairro de São Conrado, foi o trecho mais lento para as mulheres. No ano passado, o km 28 foi feito em 7min34 pelas mulheres. Neste mesmo trecho os homens completaram os mil metros quase um minuto mais rápido do que as mulheres (6min48). A parte mais lenta para eles foi no Aterro do Flamengo, quando completaram o km 40 em 6min51.
Quando a comparação entre homens e mulheres é analisada entre a primeira e a segunda metade da prova, os dados do Strava mostram que as mulheres são mais constantes. A diferença da segunda metade da prova para a primeira é de apenas 36s por quilômetro. Em média, os homens são mais rápidos, mas a diferença entre os últimos 21k para os primeiros é de 47s por quilômetro.
Esses dados sugerem que, mesmo sendo mais lentas, as mulheres não perdem o ritmo. Enquanto isso, os homens largam muito mais rápido, mas chegam ao final da prova mais desgastados, tanto que o quilômetro mais lento dos homens é praticamente na linha de chegada. Comparando esses dados em relação aos resultados da prova de 2017, os homens tiverem mais dois quilômetros de fôlego, já que para eles o trecho mais lento em 2017 foi o km 38 e, em 2018, o km 40. Em relação ao pace mais lento, os homens ficaram quatro segundos mais lentos (6min03) em relação à 2017 e as mulheres fizeram, em média, oito segundos a mais por quilômetro (pace de 6min42 em 2018)
Considerando todas as faixas etárias, o tempo médio de término de provas para os homens foi de 4h25min20s, enquanto para as mulheres foi de 4h51min11. Ambos cruzaram, em média, a linha de chegada mais lentos do que no ano anterior. É importante ressaltar que os usuários que inseriram os dados na plataforma em 2017 não necessariamente são os mesmos que correram a prova em 2018.
Os dados analisados pelos Strava dividem os corredores em cinco faixas etárias: de 18 a 29, de 30 a 39, de 40 a 49, de 50 a 59 e acima de 60. Exceto pela turma dos mais jovens, todos os outros corredores seguem a tendência de serem mais rápidos no km 5. Os corredores de 18 a 29 anos nunca chegaram a fazer um pace abaixo de cinco – e se mantêm entre cinco e seis. O trecho mais difícil para a Geração Y foi km 40 (6min51). Esse é também é o quilômetro mais lento para os corredores entre 30 e 39 anos, que fazem esse percurso em 6min54.
As três faixas etárias seguintes (40 a 49 anos; 50 a 59 anos; e 60 ou mais) se mantêm na média geral. Ou seja, seguem sendo mais rápidos no km 5 e mais lentos no km 28 (a tão temida subida da Niemeyer), correndo com pace acima de sete neste trecho.
A gente sabe que não dá para mudar as condições da prova. A geografia é uma só, o clima tem ano que está mais quente, ano que está mais fresco, mas uma coisa é certa: o corredor que treina intensamente nas semanas que antecedem essa prova tem condições mais reais de baixar o tempo de prova. Entre os corredores que terminaram os 42k abaixo de três horas, o volume de treino nas doze semanas antecedentes (incluindo a semana de prova) foi de 758km. Entre quem concluiu a prova acima de 180 minutos, a distância média de treino, nesse mesmo período, foi de 380km.