Todos os dias quando parto rumo à minha cama macia, antes do aconchego, tenho um breve momento de fé e gratidão pelas conquistas do dia, pelos obstáculos superados e pela luz entre eles. Fico certo que o dia seguinte será a continuação dos meus sonhos.
Nunca deixe de sonhar, nunca deixe de crer em si mesmo, pois antes de pedir algo tenha a certeza de ser merecedor. Isso é o combustível que me move para tentar sempre mais uma vez.
Nem sempre o mundo lá fora será como a cama macia ou os sonhos mais bem construídos que sonhamos, mas tenho certeza de que sempre irei buscar a perfeição, mesmo que isso dure a vida toda.
Ter as minhas trilhas, estradas e boques limitadas a serem explorados apenas para treinos e mais treinos, sem o objetivo de estar pronto para uma competição, foi algo novo para uma pessoa que tem o lado competitivo bem aflorado na corrente sanguínea. Algo novo estava acontecendo e eu só precisava entender.
Passei a criar novos desafios para um mundo diferente, comecei a entender o que eu tinha ontem e o que eu deveria me lembrar para criar novos desafios em novas atmosferas.
Treinar nas escadas dos edifícios era uma boa pedida, as ruas, mesmo que vazias, eram verdadeiros momentos a sós. Mas isso tudo parecia mais ostentação do que criação/ superação. Quando dei por mim, dentro da minha casa eu estava com a fórmula perfeita para um novo desafio, o Desafio Indoor.
Desafio Indoor
Tempo: 2h
Distância: 16.016 km
Ritmo médio: 7´30 por km
Voltas: 236 voltas + 3,5 metros
Pontos de mudança de direção: 17 pontos
FC máxima: 175 bpm – Intensidade do desafio: 4.2
Calorias gastas: 1.322
Desnível positivo: 193m.
Passei a entender que as trilhas, estradas, ruas, provas de curta, média ou longa distância serão sempre muito importantes, assim como a competição, posição no ranking, estrelato, de ser o cara do rendimento, etc. Porém, a pandemia me ensinou a criar o meu desafio e me conduziu a novas trilhas do conhecimento, enquanto meu corpo tentava reagir da forma A ou B, até eu descobrir que a fórmula C ou D seria melhor.
Estou há muito tempo nessa pandemia, sem um número de peito molhado de suor e sem que a emoção de ouvir uma contagem regressiva me emocione. Estou sim há muito tempo sem competir, mas em nenhum momento parei de me desafiar.
O fundo do poço te ensina lições que o topo da montanha jamais conseguirá ensinar. Tempos difíceis são capazes de construir pessoas fortes, desafios novos são capazes de causar frequências cardíacas diferentes, então deixe o novo acontecer e não se limite a dizer: eu não consigo.
Nada é tão contagioso como ser exemplo!
Entenda: se eu sou capaz de correr dentro de casa por duas horas, subir ou descer uma montanha será uma libertação para você, seja qual for a altura ou distância que nos separam. Eu, José Virginio de Morais, sou o Rei da Montanha. Você pode ser o rei ou rainha do que quiser, mesmo sem uma prova à vista.